terça-feira, 15 de outubro de 2013

ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS


PSD
O partido de Sá Carneiro foi duramente derrotado, registando um dos piores resultados de sempre. Pequenos exemplos do desastre: as apostas em pára-quedistas para Porto, Lisboa e Oeiras saíram completamente furadas, e as apostas ridículas em Carlos Abreu Amorim, para Gaia, e Pedro Pinto, em Sintra, resultaram em derrotas humilhantes!
É claro que Passos Coelho é o principal culpado. Todo o processo autárquico foi muito mal gerido e os resultados têm, obviamente, uma leitura nacional (uma resposta dos portugueses aos brutais ataques que têm sofrido).

CDS, Bloco, PS e CDU
O CDS ganhou um pequeno balão de oxigénio, mas a esquerda saiu vitoriosa, com excepção do Bloco de Esquerda, que desapareceu completamente do mapa eleitoral. Confirma-se: o coordenador do Bloco de Esquerda não convence ninguém e o partido está ligado às máquinas! 
O PS e a CDU foram os grandes vencedores do acto eleitoral.
O partido socialista obteve mais votos e mais câmaras, e a CDU conseguiu recuperar algumas câmaras importantes, como Loures, Évora e Beja.
Seguro ganhou balanço para as Europeias, e a CDU mostrou que está bem viva e recomenda-se.

Porto e Lisboa
No Porto, fez-se história. Adivinhava-se a vitória do candidato independente Rui Moreira, desde que se percebeu que derrotaria Pizarro com facilidade, e que Rui Rio “arrumaria” com Menezes.
Em Lisboa, foi um duelo de “David contra Golias”. António Costa andou sempre a grande velocidade e cilindrou Fernando Seara, que nunca teve noção da dura batalha na qual se tinha envolvido.  

Surpresas
A direita ganhou Braga e Guarda. O PS arrebatou a câmara de Vila Real e Coimbra. Finalmente, está à vista o fim da linha para Alberto João Jardim, depois de perder sete câmaras na Madeira; e o candidato independente Guilherme Pinto ganhou em Matosinhos contra o que classificou de “ditadura dos partidos”.
Referência, também, a um aumento considerável das candidaturas independentes e ao enorme e surpreendente voto de protesto contra os partidos.
Realça-se uma clara insatisfação dos eleitores em relação à classe política, e regista-se uma crescente descredibilização dos políticos.
É oportuno recordar uma frase de António Costa: “A vida política não é um concurso de vaidades”.
Os partidos devem, por isso, tirar cuidadosas ilações, sobre este voto de protesto.

Comentário político no "Geresão", "Notícias de Vieira" e "Rádio Alto Ave" (08/10/2013).