terça-feira, 16 de dezembro de 2014

PINCELADAS POLÍTICAS

Encontrando-nos na recta final de 2014, é hora de lançar breves notas, relativamente ao presente ano, e fazer previsões sobre alguns dos nossos políticos.

Cavaco Silva: O chefe de Estado cometeu um equívoco clamoroso, que marcou o ano de 2014, ao dizer que os portugueses podiam "confiar no Banco Espírito Santo”. Passados dez dias, deu-se o colapso do banco. É deveras preocupante chutar para a bancada, num jogo tão importante.
          
Passos Coelho: As verdadeiras reformas estão por fazer, continua a exigir pouco dos seus ministros (ninguém percebe porque ainda arrasta na lama, nomeadamente, Nuno Crato), e o cumprimento do défice para 2015 será conseguido à custa da redução de apenas 4% da despesa. Aliás, Portugal foi, percentualmente, o país intervencionado que menos cortou na despesa. Assim, é fácil governar.          

Paulo Portas: Ainda está a tentar sacudir a sua irrevogabilidade assumida em 2013. Sofrerá sérias consequências, no próximo acto eleitoral, da sua atitude pouco séria e honesta.          

Paulo Macedo: Na actualidade, é, de longe, o ministro mais competente do Governo. Não é todos os dias que vemos um ministro enfrentar, sem medo, a poderosa indústria farmacêutica. Não é todos os dias que vemos um ministro saber negociar, e também não é todos os dias que vemos um ministro a passar mais tempo nos gabinetes, a trabalhar, do que a dar entrevistas.

Miguel Macedo: O mais político dos ministros teve uma saída digna e honrada, levando ao disparo da sua credibilidade política. Um político deste nível tem de voltar à linha da frente.          

António Costa: A fasquia não poderia estar mais alta: é visto como o D. Sebastião. A sua enorme experiência política poderá trazer significativos consensos, o que me leva a acreditar que, se for eleito, conseguirá cumprir a sua missão.
         
Jerónimo de Sousa: Nos últimos anos, o PCP destacou-se pela profunda renovação dos seus quadros dirigentes. Um partido rejuvenescido!

Catarina Martins: Não convence. O barco continua a balançar, e o pior vem aí: eleições legislativas, no próximo ano.          

Durão Barroso: Regozijei-me ao ver um português a avançar para a liderança da Comissão Europeia mas, depois, revoltou-me vê-lo como um dos principais impulsionadores da brutal austeridade que nos arrasou.

António Guterres: Está mais virado para Nova Iorque do que para Belém. Pudera! O cargo de secretário-geral da ONU é prestigiante, enquanto que a nossa política, no momento actual, não é particularmente entusiasmante. Se não for para a ONU, será, obviamente, pressionado pelo PS.          

Rui Rio: Liderança do PSD ou eleições presidenciais de 2016? Acredito que será o substituto de Passos Coelho, no partido “laranja”.

Marcelo Rebelo de Sousa: Desejado por muitos portugueses, penso que só progredirá para as presidenciais, se Guterres rejeitar avançar.          

Mário Soares: Fez 90 anos. Amado por uns, odiados por outros, a verdade é que é um dos pais fundadores da nossa democracia. Bem mais marcante que as afirmações polémicas, nos últimos tempos, é o seu longo passado político.
          
António José Seguro: Ferido depois de um duro combate contra Costa, acredito que não voltará, tão cedo, à vida política. Aprecio a sua seriedade e integridade.

José Sócrates: Vamos deixar a justiça fazer o seu trabalho, no entanto, a forma como o antigo primeiro-ministro foi detido deixa-me bastante preocupado. De realçar que é inocente até ser considerado culpado em sentença judicial condenatória transitada em julgado.

Perante este cenário, e como é possível verificar, o ano de 2015 promete ser explosivo…

Comentário político na "Rádio Alto Ave", e jornais "Geresão" e "Notícias de Vieira" (10/12/2014).