quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

EUSÉBIO CHOROU POR PORTUGAL, O MUNDO CHORA, AGORA, POR ELE

Em Dezembro do ano passado, o mundo perdeu o maior símbolo da luta pela liberdade - Nelson Mandela, e, agora, perdeu um dos maiores futebolistas de sempre - Eusébio da Silva Ferreira.
África viu nascer estes dois grandes homens que tinham vontade de mudar o mundo, e que marcaram pela sua humildade e simplicidade. São eternos, mas deixam saudades.  
Eusébio era uma figura extremamente consensual. Amado por todos os adeptos apaixonados pelo desporto-rei, admirado pelos restantes. Até os maiores rivais do “pantera negra” lhe batiam palmas, quando se cruzavam com ele, dentro das quatro linhas.
Um verdadeiro líder dentro de campo, que tinha várias paixões, nomeadamente, marcar golos. O seu “pontapé-canhão” furou as redes de balizas, por esse mundo fora, tendo-o levado a fantásticas explosões de alegria. Quem já marcou um golo, sabe como é fácil ficar em êxtase…
Além de ter apontado centenas de golos extraordinários, e de ter levado a bandeira de Portugal aos quatros cantos do mundo, inspirou, e continua a inspirar, várias gerações.
Para quem teve a infelicidade de não o ver jogar ao vivo, serve de “consolação” as palavras de quem teve a satisfação de o ver jogar: “Eusébio é o rei”.
Há que realçar também o facto de Eusébio ter sido bastante acarinhado e reconhecido, nos últimos anos, pelo seu clube do coração. Isto deveu-se, essencialmente, à acção do actual presidente do Sport Lisboa e Benfica, Luís Filipe Vieira, quando se sabe que outros tentaram esquecê-lo, mesmo sabendo-se que o “pantera negra” era único!
Fora de Portugal, Eusébio era, igualmente, muito respeitado. Tinha uma quantidade de fãs de fazer inveja a qualquer actor de Hollywood, e, para onde quer que fosse, tinha de calçar as chuteiras. A homenagem que o Manchester United lhe fez, no passado dia 5, com os adeptos a aplaudirem Eusébio de pé, é um bom exemplo da admiração que sentiam e do respeito que tinham por ele.
Um dos momentos que perdurará, na memória de Portugal, é a imagem de Eusébio em lágrimas, em Wembley, no ano de 1966. O “rei” chorou por Portugal. Agora, o mundo chora o seu desaparecimento físico. O lugar no Panteão Nacional é totalmente merecido e inquestionável.
É, por tudo isto, e muito mais, que o jornalista Ferreira Fernandes apontou o seguinte: “Nunca passei por ele sem dizer ‘obrigado’”.

Comentário na "Rádio Alto Ave" e jornal "Geresão" (08/01/2014).