quinta-feira, 16 de maio de 2013

PARTIDO DOS PENSIONISTAS?


O Governo anda desgovernado e tudo está a acontecer. O primeiro-ministro lançou mais medidas de austeridade e Paulo Portas saiu a terreiro, com grande pompa e circunstância, para manifestar-se contra a “TSU dos pensionistas”. Foi elogiado pela sua atitude, mas eis que há um recuo e a taxa sobre pensionistas é incluída no grupo de medidas apresentado à “troika”.
Está visto que o CDS não é definitivamente o partido dos pensionistas, o que se vê é que o “Dr. Paulo Portas tem duas caras”, como disse Maria do Rosário Gama, presidente da Associação de Pensionistas e Reformados. A palavra de muitos políticos não vale mesmo nada!  
As relações entre PSD e CDS estão muito tensas há bastante tempo e a coligação é uma autêntica fachada. As palavras de Portas não batem com as de Passos Coelho, o líder centrista não tem peso nenhum no Governo e o ministro Luís Marques Guedes chama “líder da oposição” a Portas. O Governo não tem credibilidade nenhuma! O que falta acontecer? Para ajudar à festa, o vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, Carlos Abreu Amorim, pediu a demissão de Gaspar…
(...)
Comentário político na "Rádio Alto Ave" e jornal "Geresão" (13/05/2013).

quarta-feira, 8 de maio de 2013

AINDA HÁ VISIONÁRIOS!


O primeiro-ministro anunciou novas e mais duras medidas de austeridade para reduzir a despesa do Estado, o que é o resultado de uma gritante falta de estratégia governamental… 
As ideias mirabolantes de Vítor Gaspar continuam a avançar, sempre com a cobertura de Passos Coelho, e são mais um forte ataque aos funcionários públicos, pensionistas e reformados. A única diferença é que Paulo Portas foi mais longe e manifestou-se contra a contribuição especial sobre pensões…
As relações entre os dois parceiros de coligação estão tensas há bastante tempo, mas, por incrível que pareça, esta medida é um dos poucos factores de divergência no Governo que o líder dos centristas assume publicamente. Porque será?
Bem, independentemente de tudo, depreendem-se três aspectos fundamentais:
1.º: As palavras de Paulo Portas não batem com as de Passos Coelho;
2.º: Não estão a cortar no Estado, estão a destruir o Estado;
3.º: O primeiro-ministro não conseguirá consensos se o líder da oposição não tiver conhecimento antecipado das medidas.
Numa altura em que precisamos de inspiração vinda de bons exemplos, acho oportuno realçar algumas frases que anotei nas “Conferências do Estoril” e que tiveram a presença, nomeadamente, de dois grandes visionários: Viktor Orbán (actual primeiro-ministro da Hungria, considerado um dos principais responsáveis pela transição democrática no país) e Frederik de Klerk (ex-presidente da África do Sul, vencedor do Prémio Nobel da Paz de 1991 pelo seu contributo para o fim do “apartheid”).
- “Depois desta crise nada será como dantes” (VO);
- “A nossa comunidade não aprendeu com os erros do passado” (VO);
- “Sem a participação das pessoas não se pode fazer nada” (VO);
- “Todos os políticos querem sobreviver às próximas eleições, mas têm uma crise para resolver” (VO);
- “Taxamos o consumo e não os rendimentos. Quem rejeita trabalho perde subsídio” (VO);
- “Ser político é ser entertainer. Tenho um animal político dentro de mim” (VO);
- “Temos de lutar pela liberdade, sou um freedom fighter. Esta geração deve lutar pela própria visão” (VO);
- “A África do Sul estava isolada” (FK);
- “O meu povo que tinha o poder estava preocupado” (FK);
- “Assistimos ao fim do mundo bipolar” (FK);
- “Os líderes políticos devem aceitar a globalização, evitando o seu impacto negativo” (FK);
- “O dinheiro do petróleo poderia ter sido aproveitado para outras coisas” (FK);
- “O apartheid está eliminado. Não podemos permitir que o passado afecte o futuro” (FK).
Em suma, era bom que muitos portugueses se inspirassem em algumas destas frases, porque seria sinal de mudança no caminho que trilhamos…

Comentário político na "Rádio Alto Ave" e jornal "Notícias de Vieira" (06/05/2013).