PSD
O partido de Sá Carneiro
foi duramente derrotado, registando um dos piores resultados de sempre.
Pequenos exemplos do desastre: as apostas em pára-quedistas para Porto, Lisboa e Oeiras saíram completamente furadas, e as
apostas ridículas em Carlos Abreu Amorim, para Gaia, e Pedro Pinto, em Sintra,
resultaram em derrotas humilhantes!
É claro que Passos Coelho é
o principal culpado. Todo o processo autárquico foi muito mal gerido e os
resultados têm, obviamente, uma leitura nacional (uma resposta dos portugueses
aos brutais ataques que têm sofrido).
CDS, Bloco, PS e CDU
O CDS ganhou um pequeno
balão de oxigénio, mas a esquerda saiu vitoriosa, com excepção do Bloco de
Esquerda, que desapareceu completamente do mapa eleitoral. Confirma-se: o
coordenador do Bloco de Esquerda não convence ninguém e o partido está ligado
às máquinas!
O PS e a CDU foram os
grandes vencedores do acto eleitoral.
O partido socialista obteve
mais votos e mais câmaras, e a CDU conseguiu recuperar algumas câmaras
importantes, como Loures, Évora e Beja.
Seguro ganhou balanço para
as Europeias, e a CDU mostrou que está bem viva e recomenda-se.
Porto e Lisboa
No Porto, fez-se história.
Adivinhava-se a vitória do candidato independente Rui Moreira, desde que se
percebeu que derrotaria Pizarro com facilidade, e que Rui Rio “arrumaria” com
Menezes.
Em Lisboa, foi um duelo de
“David contra Golias”. António Costa andou sempre a grande velocidade e
cilindrou Fernando Seara, que nunca teve noção da dura batalha na qual se
tinha envolvido.
Surpresas
A direita ganhou Braga e
Guarda. O PS arrebatou a câmara de Vila Real e Coimbra. Finalmente, está à
vista o fim da linha para Alberto João Jardim, depois de perder sete câmaras na
Madeira; e o candidato independente Guilherme Pinto ganhou em Matosinhos contra
o que classificou de “ditadura dos partidos”.
Referência, também, a um
aumento considerável das candidaturas independentes e ao enorme e surpreendente
voto de protesto contra os partidos.
Realça-se uma clara
insatisfação dos eleitores em relação à classe política, e regista-se uma
crescente descredibilização dos políticos.
É oportuno recordar uma
frase de António Costa: “A vida política não é um concurso de vaidades”.
Os partidos devem, por
isso, tirar cuidadosas ilações, sobre este voto de protesto.
Comentário político no "Geresão", "Notícias de Vieira" e "Rádio Alto Ave" (08/10/2013).