Em Dezembro do ano passado,
o mundo perdeu o maior símbolo da luta pela liberdade - Nelson Mandela, e,
agora, perdeu um dos maiores futebolistas de sempre - Eusébio da Silva Ferreira.
África viu nascer estes dois
grandes homens que tinham vontade de mudar o mundo, e que marcaram pela sua
humildade e simplicidade. São eternos, mas deixam saudades.
Eusébio era uma figura
extremamente consensual. Amado por todos os adeptos apaixonados pelo
desporto-rei, admirado pelos restantes. Até os maiores rivais do “pantera
negra” lhe batiam palmas, quando se cruzavam com ele, dentro das quatro linhas.
Um verdadeiro líder dentro
de campo, que tinha várias paixões, nomeadamente, marcar golos. O seu “pontapé-canhão”
furou as redes de balizas, por esse mundo fora, tendo-o levado a fantásticas
explosões de alegria. Quem já marcou um golo, sabe como é fácil ficar em êxtase…
Além de ter
apontado centenas de golos extraordinários, e de ter levado a bandeira de
Portugal aos quatros cantos do mundo, inspirou, e continua a inspirar, várias
gerações.
Para quem
teve a infelicidade de não o ver jogar ao vivo, serve de “consolação” as
palavras de quem teve a satisfação de o ver jogar: “Eusébio é o rei”.
Há que
realçar também o facto de Eusébio ter sido bastante acarinhado e reconhecido,
nos últimos anos, pelo seu clube do coração. Isto deveu-se, essencialmente, à
acção do actual presidente do Sport Lisboa e Benfica, Luís Filipe Vieira,
quando se sabe que outros tentaram esquecê-lo, mesmo sabendo-se que o “pantera
negra” era único!
Fora
de Portugal, Eusébio era, igualmente, muito respeitado. Tinha uma quantidade de
fãs de fazer inveja a qualquer actor de Hollywood,
e, para onde quer que fosse, tinha de calçar as chuteiras. A homenagem que o Manchester United lhe fez, no passado
dia 5, com os adeptos a aplaudirem Eusébio de pé, é um bom exemplo da admiração
que sentiam e do respeito que tinham por ele.
Um dos momentos que
perdurará, na memória de Portugal, é a imagem de Eusébio em lágrimas, em Wembley, no ano de 1966. O “rei” chorou
por Portugal. Agora, o mundo chora o seu desaparecimento
físico. O lugar no Panteão Nacional é totalmente merecido e
inquestionável.
É, por tudo isto, e
muito mais, que o jornalista Ferreira Fernandes apontou o seguinte: “Nunca
passei por ele sem dizer ‘obrigado’”.
Comentário na "Rádio Alto Ave" e jornal "Geresão" (08/01/2014).