Não é novidade nenhuma que
alguns ministérios do nosso Governo andam às voltas à procura de rumo, mas
ninguém pensaria que o responsável pela pasta da Economia fosse também afectado
pelo mesmo “surto”.
Parece que o Governo está a
fazer um “harakiri” colectivo, com Nuno Crato, Paula Teixeira da Cruz e Pires
de Lima, na linha da frente.
Os primeiros momentos de
pouca lucidez do ministro Pires de Lima surgiram quando apelidou de “brigada do
resgate” o grupo de subscritores do documento que apela a uma solução para a
PT. É, claramente, um desrespeito golpear homens com reconhecida idoneidade
moral, como Bagão Félix, Freitas do
Amaral, João Ferreira do Amaral e José Silva Peneda, quando, ainda por cima,
objectivam a manutenção da empresa na esfera nacional.
Depois, no
dia 6 de Novembro, fez um “espectáculo circense” digno de fazer inveja ao
Victor Hugo Cardinali.
Sr.
ministro, desculpe “qualquer coisinha”, mas esta actuação decorreu na casa da
democracia portuguesa. Admito que já vi um pouco de tudo, na Assembleia da
República (AR), mas foram acções esporádicas, que duraram apenas breves
segundos, e não um longo e desesperante número a roçar o brejeiro e o sarcasmo.
É óbvio
que, numa ida do ministro da Economia à AR, esperamos soluções para a débil
situação em que nos encontramos. No entanto, compreendo o actual estado
económico do nosso país, quando Pires de Lima consegue juntar, na mesma frase,
as seguintes palavras: recuperação do investimento, ketchup, e Ronaldo.
Nem tocando no “basqueiro”,
uma das atitudes de mais baixo nível surgiu quando o ministro disse: “Sei que a
deputada é uma deputada fina, aqui, das zonas de Lisboa”. Belisquem-me… Não
estamos mesmo na República das Bananas? A linguagem é indecente! E, depois, estranham
quando verificam que os portugueses andam completamente descontentes com os
nossos políticos.
Ainda pior do que tudo isto,
mente numa crítica que queria fazer a Manuel Pinho. São atropelos que
acontecem, quando não estamos confiantes, no momento da actuação.
Enfim, foi mau demais para
ser verdade. Um triste espectáculo que envergonha um Governo desavergonhado.
Anoto que os famosos
“cornos” de Manuel Pinho, que o levaram à demissão, poucas horas depois do
gesto, não são nada ao lado da palhaçada de Pires de Lima.
Há que ter dignidade,
enquanto fazem parte do Governo!
Agora, uma pergunta para um
milhão de euros: o que virá a seguir?
Comentário político na "Rádio Alto Ave" e jornais "Geresão" e "Notícias de Vieira" (09/11/2014).