O verão chegou bem quente, e promete não arrefecer.
Também na Europa, mas de uma outra maneira, o
“ambiente” tem aquecido, com a completa descoordenação na forma como estão a ser
conduzidas as negociações para debater e resolver a caótica situação grega.
O mesmo acontece com a questão dos refugiados da Síria
e da Eritreia, onde os nossos líderes europeus tiveram dificuldade em chegar a
um entendimento, o que comprova a sua mediocridade, falta de responsabilidade e
solidariedade. Isto parece um filme de terror, pois, quando pensamos que as
facadas já terminaram, aparecem motosserras e foices a provocar ainda mais
danos.
Já por terras lusas, as últimas sondagens vão
indicando que o PS e a coligação PSD-CDS estão distantes de uma maioria
absoluta. É um sinal que inquieta, sobretudo, António Costa.
Os resultados das sondagens acabam por
ser surpreendentes, depois de se ter tido conhecimento do credível plano macroeconómico
lançado pelo maior partido da oposição, e que se afigura como uma verdadeira
alternativa.
No entanto, António Costa tem “duas pedras no sapato”:
Sócrates, por razões óbvias (e agora vamos imaginar o que acontecerá se o
“animal feroz” sair da cadeia, no mês de Setembro), e o Syriza (algumas pessoas
olham para o que está a acontecer na Grécia e preferem não correr “riscos” com
mudanças. Contudo, a verdade é só uma, pois os “Syriza lusos” são o PCP, BE e
Livre/Tempo de Avançar).
Para as próximas eleições presidenciais, enquanto Rui
Rio e Marcelo Rebelo de Sousa decidem quem avança, Sampaio da Nóvoa, Henrique
Neto e Paulo Morais já andam no terreno, virando-se para tudo o que mexe. São
pouco conhecidos e o trabalho será, por isso, árduo!
O que já deu para verificar foi que, alguns candidatos
gostam de "dar tiros nos pés", e, por muitos quilómetros que façam, “não há marketeer nenhum no mundo que consiga
transformar uma lata de atum num ramo de flores”, como disse António Cunha
Vaz.
Voltando ao PS, António Costa optou, e muito bem, por
não revelar prematuramente o candidato que o partido irá apoiar.
No entanto, é óbvio que, a partir do momento que
Guterres e Vitorino não estão disponíveis para uma candidatura, só existe um
caminho possível, e que passa por apoiar Sampaio da Nóvoa, mesmo sabendo que,
provavelmente, este não é um candidato que consiga cativar vários socialistas.
Lá mais para a frente, voltarei a este tema.
Comentário político na "Rádio Alto Ave", e jornais "Geresão" e "Notícias de Vieira" (30/06/2015).