A Cultura deve estar vigorosamente
enraizada em todas as comunidades. Se já é de louvar a iniciativa do Museu
Nacional de Arte Antiga, de expôr quadros nas ruas, o que dizer do “Robin das
Artes”?
O que aconteceu foi que,
quatro obras da exposição “Coming Out – e se o museu saísse à rua?” foram
desviadas do Chiado para a margem Sul, mais propriamente para o Miratejo.
Mais importante que
descobrir quem é que deslocou estas obras, é aproveitar e admirar as mesmas. A
ideia foi fantástica.
A Cultura também passa por
proporcionar, a todas as pessoas, o acesso igualitário à Arte. Aliás, devemos
ter o gosto de partilhar criações formidáveis, sabendo que apoiar a Cultura é
um acto nobre.
Já não chega apostarmos
pouco nesta área, e ainda acabamos sempre por ter os trabalhos artísticos nos
mesmos locais. Vamos deixar de lado qualquer preconceito, e transportar a Arte,
nomeadamente, para bairros sociais e comunidades rurais.
A título de exemplo, os
moradores do bairro que recebeu as obras do “Robin das Artes”, já lá imaginam
ver mais algumas criações artísticas.
A Cultura deve ser
valorizada, e tem de ser um eixo estratégico do desenvolvimento de um país.
Será oportuno relembrar
Vergílio Ferreira: “A cultura é o modo avançado de se estar no Mundo, ou seja a
capacidade de se dialogar com ele”.
Também no passado dia 3 de
Dezembro, assinalou-se o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência. É
conveniente recordar, por isso, os bloqueios que têm ainda de ser ultrapassados,
e os horizontes por abrir.
O que dizer sobre as
barreiras que o novo deputado bloquista, Jorge Falcato, que se desloca numa
cadeira de rodas, encontrou na casa da democracia? Uma vergonha!
Como refere o artigo 1° da
Declaração Universal dos Direitos do Homem: “Todos os seres humanos nascem
livres e iguais em dignidade e em direitos”.
É de enaltecer, igualmente,
o papel que o desporto adaptado desempenha.
A importância da prática desportiva como agente inclusivo é, por demais,
evidente. E, neste caso, as instituições escolares podem e devem fazer muito
mais, não podendo cruzar os braços e esperar que outros façam esse trabalho.
Seja, ou não, por uma
questão de mentalidade, a verdade é que sabemos que não há barreiras
inquebráveis.
Em suma, devemos remar,
fortemente, na defesa da Cultura e da Igualdade.
Comentário político na "Rádio Alto Ave", e jornais "Geresão" e "Notícias de Vieira" (10/12/2015).