O ano
de 2016 foi pleno de emoções, sendo importante destacar alguns acontecimentos.
No
início do ano, quando os portugueses ainda digeriam o anúncio de abandono de
Portas do CDS-PP, Marcelo Rebelo de Sousa começa a dar “espectáculo”.
Saiu
de cena um político perigoso, que conseguia encaixar várias personalidades, e
que tinha uma ambição pessoal
desmedida, e avança um homem num estilo
descontraído e genuíno. A
presidência de Marcelo está a ser, claramente, admirável,
humanizando, acima de tudo, Belém.
Em
termos de inaugurações de obras públicas, o Túnel do Marão foi, sem margem para
dúvidas, o mais marcante. Era o sonho de uma região, que demorou inúmeros anos
a ser uma realidade, e José Sócrates apareceu, na cerimónia de inauguração, a 7
de Maio, com um aspecto jovial.
No dia
10 de Julho, abraçado a um grupo de amigos,
num bunker, cantei “A Portuguesa”. É verdade que ainda não coloquei um
póster no quarto da minha filha, atrás da porta, de Ederzito António Macedo
Lopes, mas ela sabe que “Ederbayor” proporcionou uma das maiores alegrias ao pai.
Em Outubro, António Guterres aguentou firme contra muitos, e foi o
escolhido para secretário-geral da Organização das Nações Unidas. O mais alto cargo diplomático do mundo é extremamente exigente, mas a sua simplicidade e
inteligência vão facilitar, com toda a certeza, a missão. No primeiro discurso, já mostrou ambição.
Pouco tempo depois, é enviada uma “bomba” dos Estados Unidos da América:
Trump vence Hillary, e o mundo treme com a sua eleição. Só peço uma coisa: não
deixem Trump, Putin e Erdogan sentar-se à mesma mesa!
O ano termina com outra bela notícia para os portugueses: o génio Cristiano
Ronaldo conquista a quarta Bola de Ouro. Extraordinário!
Com
Passos a apertar os parafusos da “geringonça”, tal é o desnorte e isolamento do
líder do PSD, os primeiros meses de 2017 ainda serão marcados pela crise da
Caixa Geral de Depósitos e pela realização das preocupantes eleições
presidenciais francesas.
Num
mundo pouco orientado e, por vezes, “cinzento”, terminarei o ano com uma boa
acção. Vou recordar algumas palavras da excelente obra: “Três homens num
barco”. Este livro, que foi publicado pela primeira vez em 1889, é da autoria
de Jerome K. Jerome, um dos maiores vultos do humor inglês.
“Fui ter com o meu médico. É um velho amigo
que me sente o pulso, me vê a língua e me fala de como está o tempo lá fora,
tudo de graça, sempre que julgo que estou doente; por isso, pensei que agora
lhe iria fazer um grande favor se fosse ter com ele. “O que um médico quer”,
pensei, “é praticar. Tenho de ir lá. Ele vai obter mais prática comigo do que
com qualquer um dos setecentos doentes que o consultam regularmente apenas com
uma ou duas doenças cada”. Fui então, de imediato, ter com ele, que me
perguntou:
-
Então, o que é que se passa contigo?
Eu
respondi-lhe:
- Não
te vou fazer perderes o teu tempo, meu caro, a contar-te o que se passa comigo.
A vida é breve, e ainda podias morrer antes de eu acabar. Mas vou dizer-te o
que não se
passa comigo. Não tenho artrose dos joelhos. Por que motivo não tenho artrose
dos joelhos, é algo que não te sei dizer; mas é um facto que isso não tenho. No
entanto, tenho tudo o resto.”
A todos, um Feliz Natal e um
Próspero 2017!
Comentário na "Rádio Alto Ave", e jornais "Geresão" e "Notícias de Vieira" (12/12/2016).