Parece
que foi ontem. Está tudo tão presente na minha memória, as vivências desse dia.
Já passou um ano, desde o dia da conquista e, voilá, não tivemos feriado.
Somos
campeões da Europa! Ainda me apetece elevar estas palavras até à exaustão.
Recordo que sarei uma ferida que tinha, desde
2004.
Ainda
há pouco, ouvi um emigrante português, em França, dizer que, em termos
desportivos, os franceses já respeitam Portugal. Foi música para os meus
ouvidos. Melhor que Céline Dion.
Viro-me
para os nossos emigrantes. Tantas pessoas do meu coração estão fora do meu
país. Pessoas que não estão nas suas terras, que lutam por uma vida melhor, e
que são embaixadoras do país de Camões.
Levando,
dignamente, o nome de Portugal aos quatro cantos do mundo e levantando,
orgulhosamente, a bandeira do nosso país, os nossos valentes tiveram uma
alegria imensa, no dia 10 de Julho de 2016. A vitória também é vossa!
Nessa
noite mágica, cantei “A Portuguesa”, num bunker,
abraçado a amigos. Nós não acreditávamos. Fernando Santos, desculpa! Um
comandante como nunca tivemos.
Ederzito
António Macedo Lopes, não estás a passar os melhores momentos na cidade de Lille mas, força, tu és um herói e nunca
te esquecerei. Aquele remate... Que “pontapé-canhão”! Aliás, desconfio que a
rede da baliza do Stade de France ainda
abana. Sabe-me tão bem ver o teu remate glorioso, como comer foie gras de pato confeccionada pelo Chef Pedro
Lemos.
Eder,
deves ter guardado as chuteiras da final como recordação, e eu ainda calço o
chinelo que saiu do meu pé direito, nos festejos do teu golo. Fica aqui uma
promessa: se algum dia me cruzar contigo, e tiver calçados os chinelos da
final, vou entregar-te uma caneta e vais assiná-los.
O “nosso”
bunker continua de portas abertas para receber a equipa das “quinas”. Se
vierem, comemos uma vitela assada, damos uma volta à vila de Vieira do Minho e
passamos na freguesia do Mosteiro (a minha filha quer mostrar ao Eder a
potência do remate que uma menina de três anos já consegue ter. Ah! E assina os
meus chinelos).
Não
sei se estou a salientar, exageradamente, uma noite que marcou a minha vida,
mas não interessa. Sabem uma coisa? Passei a dormir melhor e o Eder é o maior!
Comentário na Rádio Alto Ave e jornal Geresão (10/07/2017).