Aprecio
registar experiências marcantes. A vida é feita de ciclos.
No dia
21 Outubro de 2009, tomei posse como deputado da Assembleia Municipal de Vieira
do Minho, e, no dia 14 de Outubro de 2013, avancei para mais um mandato. Ao
todo, oito anos na casa-mãe da democracia, em Vieira do Minho. Fiz cerca de vinte
intervenções. Foram anos enriquecedores.
No
primeiro mandato, representei o partido que governava o Município, e, no
mandato seguinte, avançamos para o outro lado da “barricada”.
Citei Lucrécio e provérbios populares,
assinalei a história do cavalo do inglês. Presenciei momentos significativos.
Uma das satisfações era ver o público a intervir. É desejável uma participação
cívica activa. É importante chamar as pessoas a decidir!
Entendo
a política como o trabalho para o bem comum. A vontade de defender a causa
pública, e a nobreza de trabalhar para a causa pública são entusiasmantes.
É
óbvio que também existiram momentos de frustração. A vida política não é um mar
de rosas, vários espinhos podem ferir, mas sempre agi de acordo com a minha
consciência. Depois das reuniões, adormecia tranquilamente.
Considerando
que devemos ter um nível de exigência ética, para quem ocupa cargos políticos,
e que a Assembleia Municipal tem, acima de tudo, a competência de fiscalizar o
executivo municipal, mantive a verticalidade, tentando não desiludir quem
confiou em mim.
Seja a
analisar os gastos públicos; a defender a igualdade ou a realçar a importância
das colectividades vieirenses, entre outras temáticas, procurei intervir de
forma fundamentada e construtiva, desejando mais uva do que parra. Mais, com o
devido respeito pelas aves exóticas, de papagaio nada tenho.
Com
elevação e respeito democrático, e sendo um homem de construir pontes, guiei-me
pelos meus princípios e valores.
No dia
1 de Setembro de 2017, despedi-me das reuniões da Assembleia Municipal, dando
voz a uma proposta do meu partido que recomenda que o Município assuma, em
conjunto com o Governo, o custo de aquisição de uma viatura (autotanque) para
os Bombeiros Voluntários de Vieira do Minho. A proposta foi aprovada por
unanimidade.
Sinto-me
honrado!
Se
irei voltar a esta casa? Como referiu um dos maiores vultos da literatura, José
Saramago, no ano de 1991: “Há duas palavras que não se podem usar: uma é
sempre, outra é nunca”.
Comentário no jornal Geresão (13/09/2017).