Dois
anos depois das eleições que ditaram a vitória de Passos Coelho, o balanço da
acção governamental resume-se a uma só palavra: falhanço!
As
políticas neoliberais deste Executivo estão a reduzir o nosso país a cinzas,
tentando iludir os cidadãos com falsas esperanças. É bom recordar algumas
previsões do Governo para este ano que foram feitas em Agosto de 2011: taxa de
desemprego de 13%, crescimento do PIB de 1,2% e endividamento público de 106,8%
do PIB. As previsões falharam redondamente: o desemprego
já vai nos 18,2%, caminhamos para uma recessão de 2,3% do PIB e a dívida
pública superou os 127% do PIB. Não se percebe como conseguem viver num mundo
imaginário, traçando cenários de sonho para um país que respira austeridade.
Os
portugueses já não vão em cantigas e a prova disso é o facto de a popularidade
do Governo estar a cair a pique, atingindo mínimos históricos… O Executivo não
podia esperar outra coisa quando: agravam obsessivamente os impostos;
cortam brutalmente na saúde, educação e segurança social; reduzem
significativamente os salários
dos trabalhadores, reformados e pensionistas. Os resultados destas políticas são o
empobrecimento, o aumento do desemprego, a ruína da economia e um maior
endividamento. Está difícil chegar à conclusão que este é
o caminho da desgraça económica e social.
A
coligação PSD/CDS é simplesmente uma farsa. Os dois partidos aproximam-se do
ponto de vista ideológico, mas divergem consideravelmente nas políticas. O
partido centrista, com Paulo Portas na sua zona de conforto, quer manter-se no
poder e está a sujeitar-se a tudo, inclusive a humilhações. Ou seja, a
coligação até pode abanar, mas nunca vai cair por vontade dos seus parceiros.
Há
uma grande incerteza sobre os próximos dois anos, desconfiando-se até se o
Governo de Passos Coelho conseguirá trabalhar para as legislativas de 2015
porque a palavra final é sempre da “troika”. No entanto, mesmo com falta de
credibilidade e sem se saber se já batemos no fundo, podem contar de forma
segura com o apoio do amigo Cavaco. Felizmente, ainda temos o Tribunal
Constitucional…
Em
suma, à excepção de Passos Coelho, Vítor Gaspar, Cavaco Silva e “troika”,
haverá alguém que acredite que estamos no bom caminho?
Comentário político na "Rádio Alto Ave" e jornal "Geresão" (11/06/2013).