segunda-feira, 17 de junho de 2013

O CAMINHO DA DESGRAÇA ECONÓMICA E SOCIAL


Dois anos depois das eleições que ditaram a vitória de Passos Coelho, o balanço da acção governamental resume-se a uma só palavra: falhanço!
As políticas neoliberais deste Executivo estão a reduzir o nosso país a cinzas, tentando iludir os cidadãos com falsas esperanças. É bom recordar algumas previsões do Governo para este ano que foram feitas em Agosto de 2011: taxa de desemprego de 13%, crescimento do PIB de 1,2% e endividamento público de 106,8% do PIB. As previsões falharam redondamente: o desemprego já vai nos 18,2%, caminhamos para uma recessão de 2,3% do PIB e a dívida pública superou os 127% do PIB. Não se percebe como conseguem viver num mundo imaginário, traçando cenários de sonho para um país que respira austeridade.
Os portugueses já não vão em cantigas e a prova disso é o facto de a popularidade do Governo estar a cair a pique, atingindo mínimos históricos… O Executivo não podia esperar outra coisa quando: agravam obsessivamente os impostos; cortam brutalmente na saúde, educação e segurança social; reduzem significativamente os salários dos trabalhadores, reformados e pensionistas. Os resultados destas políticas são o empobrecimento, o aumento do desemprego, a ruína da economia e um maior endividamento. Está difícil chegar à conclusão que este é o caminho da desgraça económica e social.
A coligação PSD/CDS é simplesmente uma farsa. Os dois partidos aproximam-se do ponto de vista ideológico, mas divergem consideravelmente nas políticas. O partido centrista, com Paulo Portas na sua zona de conforto, quer manter-se no poder e está a sujeitar-se a tudo, inclusive a humilhações. Ou seja, a coligação até pode abanar, mas nunca vai cair por vontade dos seus parceiros.
Há uma grande incerteza sobre os próximos dois anos, desconfiando-se até se o Governo de Passos Coelho conseguirá trabalhar para as legislativas de 2015 porque a palavra final é sempre da “troika”. No entanto, mesmo com falta de credibilidade e sem se saber se já batemos no fundo, podem contar de forma segura com o apoio do amigo Cavaco. Felizmente, ainda temos o Tribunal Constitucional…
            Em suma, à excepção de Passos Coelho, Vítor Gaspar, Cavaco Silva e “troika”, haverá alguém que acredite que estamos no bom caminho?

Comentário político na "Rádio Alto Ave" e jornal "Geresão" (11/06/2013).