Estou
a escrever no dia em que foram registados centenas de sismos nos Açores, o que
me leva, imediatamente, a um abalo em Ljubljana, no passado dia 10 de
Fevereiro, e que se fez sentir nos 308 municípios de Portugal.
Antes
da final, não faltava informação a recordar que em 26 encontros com a Espanha,
Portugal só tinha conseguido uma vitória. Nada melhor que um balanço como este
para motivar as nossas hostes. Agradecemos!
As
estatísticas valem o que valem e os vários truques na manga do “mágico”
Ricardinho, o golo de Bruno Coelho, no último minuto do prolongamento, e a
enorme defesa de André Sousa, quando faltavam poucos segundos para o fim,
valeram o primeiro título europeu de futsal a Portugal. Como disse o
primeiro-ministro em exercício no ano de 2007: “Porreiro, pá!”
Não
fiquei sem um chinelo nos festejos do golo de Bruno Coelho, como aconteceu
quando Eder fuzilou a baliza de Lloris (aliás, em Fevereiro, era de estranhar
se estivesse calçado dessa forma), mas, tal como aconteceu no Campeonato
Europeu de Futebol de 2016, o melhor do mundo saiu lesionado e tivemos um bom
presságio quando, há algumas semanas, o nome do grupo de WhatsApp dos jogadores
da selecção foi mudado para “Campeões Europeus”.
O
grandioso escritor turco, Orhan Pamuk, anotou, no livro “Uma Estranheza em
Mim”, em relação à personagem Mevlut, que “Toda a felicidade e beleza que a
vida tinha para oferecer só se revelavam quando o seu espírito derivava para
fantasias de um mundo muito afastado do seu”. Bem, sonhamos, lutamos e as
conquistas aconteceram.
A
auto-estima dos portugueses está em alta! Só sinto alguma mágoa por saber que
os Jogos Olímpicos de Inverno não são os mais indicados para países onde a
probabilidade de encontrar neve é quase a mesma de ver auroras boreais. Mas, se
as 229 cheerleaders norte-coreanas apoiarem os
nossos dois atletas, ainda podemos sonhar.
Os
feitos extraordinários de portugueses têm sido constantes nos últimos tempos:
políticos, cantores, desportistas, chefs
de cozinha, entre outros. E a conquista de Marte? É verdade que Elon Musk não é
português, mas, no deserto de Omã, seis “astronautas” estão a “aprender” a
viver no Planeta Vermelho, e um deles é do país de Camões.
Estamos
na luta por vários “pódios”! Orgulhemo-nos!
Comentário na Rádio Alto Ave e jornal Geresão (12/02/2018).