segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

AS CONQUISTAS DO PAÍS DE CAMÕES

Estou a escrever no dia em que foram registados centenas de sismos nos Açores, o que me leva, imediatamente, a um abalo em Ljubljana, no passado dia 10 de Fevereiro, e que se fez sentir nos 308 municípios de Portugal.
Antes da final, não faltava informação a recordar que em 26 encontros com a Espanha, Portugal só tinha conseguido uma vitória. Nada melhor que um balanço como este para motivar as nossas hostes. Agradecemos!
As estatísticas valem o que valem e os vários truques na manga do “mágico” Ricardinho, o golo de Bruno Coelho, no último minuto do prolongamento, e a enorme defesa de André Sousa, quando faltavam poucos segundos para o fim, valeram o primeiro título europeu de futsal a Portugal. Como disse o primeiro-ministro em exercício no ano de 2007: “Porreiro, pá!”
Não fiquei sem um chinelo nos festejos do golo de Bruno Coelho, como aconteceu quando Eder fuzilou a baliza de Lloris (aliás, em Fevereiro, era de estranhar se estivesse calçado dessa forma), mas, tal como aconteceu no Campeonato Europeu de Futebol de 2016, o melhor do mundo saiu lesionado e tivemos um bom presságio quando, há algumas semanas, o nome do grupo de WhatsApp dos jogadores da selecção foi mudado para “Campeões Europeus”.
O grandioso escritor turco, Orhan Pamuk, anotou, no livro “Uma Estranheza em Mim”, em relação à personagem Mevlut, que “Toda a felicidade e beleza que a vida tinha para oferecer só se revelavam quando o seu espírito derivava para fantasias de um mundo muito afastado do seu”. Bem, sonhamos, lutamos e as conquistas aconteceram.
A auto-estima dos portugueses está em alta! Só sinto alguma mágoa por saber que os Jogos Olímpicos de Inverno não são os mais indicados para países onde a probabilidade de encontrar neve é quase a mesma de ver auroras boreais. Mas, se as 229 cheerleaders norte-coreanas apoiarem os nossos dois atletas, ainda podemos sonhar.
Os feitos extraordinários de portugueses têm sido constantes nos últimos tempos: políticos, cantores, desportistas, chefs de cozinha, entre outros. E a conquista de Marte? É verdade que Elon Musk não é português, mas, no deserto de Omã, seis “astronautas” estão a “aprender” a viver no Planeta Vermelho, e um deles é do país de Camões.
Estamos na luta por vários “pódios”! Orgulhemo-nos!

Comentário na Rádio Alto Ave e jornal Geresão (12/02/2018).