O CAVA tem
proporcionado vários acontecimentos culturais, em Vieira do Minho, mas alguns
levam tal força, como se tivessem saído dos pés de Ederson, e que, por isso,
merecem especial destaque.
Inicialmente marcada para o dia 20 de Março, entretanto
adiada por motivos de saúde do convidado, o maestro António Victorino
d’Almeida, a XVI edição das Conferências CAVA ocorreu no dia 8 de Maio,
analisando o tema “Os jovens, a dignidade e a arte”.
Quando começamos a
preparar o grande dia, juntamente com o Agrupamento de Escolas Vieira de
Araújo, ficou logo claro que, uma das principais referências da nossa música,
merecia uma recepção radiosa e um cenário arrojado que elevassem a cultura.
O que surgiu de
imediato? A melhor recepção para um
compositor e maestro passava por desafiar as sociedades filarmónicas
de Vieira do Minho e de Vilar Chão, que têm feito percursos de sucesso e
prestigiado o nome do concelho, a surpreender o convidado. Resultado: momentos
musicais brilhantes, com interpretações como “Hallelujah”, de Leonard Cohen e o “Hino de Vilar
Chão”, que
mostraram o enorme talento musical dos jovens da nossa terra. Vieira do Minho
agradece a colaboração e empenho dos maestros Hélder Ribeiro e Eduardo
Carvalho.
Inspirados pela
Fundação de Serralves, que envolve praticamente todos os espaços nas suas
iniciativas, encontramos, na varanda da Casa Museu Adelino Ângelo, o local
indicado para “respirarmos” cultura.
Para um pianista, o cenário só seria completo e
admirável se colocássemos um piano. Assim o fizemos e o ilustre
não resistiu: sentou-se, em
alguns momentos, ao piano e ilustrou, musicalmente, as suas intervenções. E o
que dizer da interpretação de uma
valsa romântica com os cotovelos, respondendo, assim, ao repto lançado por
Fernando Gomes? Registem: foi uma interpretação poderosa!
Com a sua intervenção bem
disposta, informal e dialogante, lançou uma teia que envolveu todos os
presentes.
Outro marco especial:
foi lida uma missiva enviada por
Sua Excelência o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que também
já esteve presente no nosso ciclo de conferências.
Não posso, ainda, deixar de registar que,
antes de descermos as escadas do Salão Nobre da Casa Museu Adelino Ângelo, uma
criança pediu, orgulhosamente, à mãe que lhe tirasse uma fotografia com o
convidado. Há ápices que duram segundos, mas que permanecem no coração!
Num dia soalheiro, mais de 100 pessoas, sendo na sua
maioria alunos do ensino articulado de música, assistiram a momentos
memoráveis.
Quando a cultura é trabalhada e “provocada”, sendo
apoiada por entidades públicas e privadas, os
frutos são doces.
Comentário na Rádio Alto Ave e Geresão (13/05/2018).