quarta-feira, 23 de maio de 2018

MOMENTOS DE OURO DO CAVA...

O CAVA tem proporcionado vários acontecimentos culturais, em Vieira do Minho, mas alguns levam tal força, como se tivessem saído dos pés de Ederson, e que, por isso, merecem especial destaque.
Inicialmente marcada para o dia 20 de Março, entretanto adiada por motivos de saúde do convidado, o maestro António Victorino d’Almeida, a XVI edição das Conferências CAVA ocorreu no dia 8 de Maio, analisando o tema “Os jovens, a dignidade e a arte”.
Quando começamos a preparar o grande dia, juntamente com o Agrupamento de Escolas Vieira de Araújo, ficou logo claro que, uma das principais referências da nossa música, merecia uma recepção radiosa e um cenário arrojado que elevassem a cultura.
O que surgiu de imediato? A melhor recepção para um compositor e maestro passava por desafiar as sociedades filarmónicas de Vieira do Minho e de Vilar Chão, que têm feito percursos de sucesso e prestigiado o nome do concelho, a surpreender o convidado. Resultado: momentos musicais brilhantes, com interpretações como “Hallelujah”, de Leonard Cohen e o “Hino de Vilar Chão”, que mostraram o enorme talento musical dos jovens da nossa terra. Vieira do Minho agradece a colaboração e empenho dos maestros Hélder Ribeiro e Eduardo Carvalho.
Inspirados pela Fundação de Serralves, que envolve praticamente todos os espaços nas suas iniciativas, encontramos, na varanda da Casa Museu Adelino Ângelo, o local indicado para “respirarmos” cultura.
Para um pianista, o cenário só seria completo e admirável se colocássemos um piano. Assim o fizemos e o ilustre não resistiu: sentou-se, em alguns momentos, ao piano e ilustrou, musicalmente, as suas intervenções. E o que dizer da interpretação de uma valsa romântica com os cotovelos, respondendo, assim, ao repto lançado por Fernando Gomes? Registem: foi uma interpretação poderosa!
Com a sua intervenção bem disposta, informal e dialogante, lançou uma teia que envolveu todos os presentes.
Outro marco especial: foi lida uma missiva enviada por Sua Excelência o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que também já esteve presente no nosso ciclo de conferências.
Não posso, ainda, deixar de registar que, antes de descermos as escadas do Salão Nobre da Casa Museu Adelino Ângelo, uma criança pediu, orgulhosamente, à mãe que lhe tirasse uma fotografia com o convidado. Há ápices que duram segundos, mas que permanecem no coração!
Num dia soalheiro, mais de 100 pessoas, sendo na sua maioria alunos do ensino articulado de música, assistiram a momentos memoráveis.
Quando a cultura é trabalhada e “provocada”, sendo apoiada por entidades públicas e privadas, os frutos são doces.

Comentário na Rádio Alto Ave e Geresão (13/05/2018).